Quem ainda não ouviu falar do Deputado Jair Bolsonaro? Ele vem causando, no mínimo, polêmica dando declarações homofóbicas e racistas como se fosse normal. Indignados, eu e o também ator Junior Soares criamos uma performance que representa a indignação que sentimos contra algo que é mais que preconceito: é crime!
A performance "Um Beijo a Bolsonaro", pretende ser uma espécie de performance em massa, conhecida como Flash Mob. A idéia é que gays, lésbicas e casais de negros com brancos se beijem, a uma determinada hora, em frente a Catedral de Florianópolis. Um ato pacífico. Uma performance artística, delicada, mas que pretende ser uma manifestação política.
Segunda feira, dia 11 de abril as 11 horas no CCE faremos uma reunião para organizar a performance, planejar estratégias e dividir funções. Quem quiser participar, ou ao menos tiver interesse nos mande um email, entre em contato. No mesmo dia divulgo aqui o que foi decidido na reunião, como data da performance, horário, material gráfico pra divulgação, entre outras.
Pra quem não conhece o deputado, nós explicamos. Ele é filiado ao PP (Partido Progressista) é suplente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. A polêmica está no seguinte:
· Bolsonaro é extremamente homofóbico, defende que os pais devem bater nos filhos que mostrarem sintomas, sinais de homosexualismo.
· Racista, e contra as cotas raciais, diz que não seria operado por um médico cotista.
· Afirmou que os indígenas, supostamente não "educados" e "não falantes de nossa língua", não deveriam ter direito a uma tão grande porção de terra.
· Segundo o Deputado Gilson Cardoso, Bolsonaro é contra a Lei Maria da Penha, que busca acabar com a violência doméstica contra mulheres.
· Defendeu publicamente o fuzilamento do então presidente do Brasil FHC.
· Defende a ditadura militar no Brasil e a censura.
· Bolsonaro defende a utilização da tortura em casos de tráfico de droga e seqüestro e a execução sumária em casos de crime premeditado.
"O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro, ele muda o comportamento dele."
Sobre tortura: "O objetivo é fazer o cara abrir a boca. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico."
Afixou na sua porta, sobre os familiares dos desaparecidos na ditadura militar: "Quem procura osso é cachorro".
Em vídeo que causou sua denúncia pelo grupo Tortura Nunca Mais: "Nós não devíamos só torturar. Devíamos torturar e matar."
Sobre a ditadura militar: [Foram] "20 anos de ordem e progresso"
"Sinto saudade da época do Médici, Geisel Figueredo."
Em sua briga com a Duputada Maria do Rosário, Bolsonaro disse que não "estupraria" a deputada, afirmando que ela não "merecia". Além disso, a empurrou diante das câmeras, chamando-a de vagabunda, tendo sido contido por um segurança.
Sobre os povos indígenas: [são] "fedorentos e não educados". A crítica, principalmente voltada à política de demarcação de terras indígenas, culminou com Bolsonaro afirmando que pessoas como os índios, supostamente não "educados" e "não falantes de nossa língua", não deveriam ter direito a uma tão grande porção de terra.
Para um líder indígena que ficou enraivecido com Bolsonaro e jogou um copo de agua nele: "É um índio que está a soldo aqui em Brasília, veio de avião, vai agora comer uma costelinha de porco, tomar um chope, provavelmente um uísque, e quem sabe telefonar para alguém para a noite sua ser mais agradável. Esse é o índio que vem falar aqui de reserva indígena. Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens."
Perguntado por Preta Gil, o que faria se seu filho fosse casado com uma negra: "Ô Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja né?! Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu."
No dia seguinte, ele afirmou que a resposta a Preta Gil havia sido um "mal entendido". Justificou-se alegando que pensou que a pergunta fosse sobre o relacionamento de seu filho com um homossexual. A cantora disse que entrará com uma representação no Ministério Público contra Bolsonaro por homofobia e preconceito racial.
As declarações de Bolsonaro foram consideradas um "caso explícito de racismo" por Luiza Bairros, ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A ministra se referiu à declaração de Bolsonaro sobre cotas raciais e afirmou que não se pode confundir a liberdade de expressão com um crime de preconceito racial. Segundo ela, Bolsonaro cometeu um crime previsto na constituição brasileira. O deputado havia dito que não aceitaria "ser operado por um médico cotista" ou "embarcar em um avião comandado por um piloto cotista"
A OAB-RJ anunciou que encaminhará pedido de cassação do mandato de Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar, justificando que as declarações do deputado do Partido Progressista são "inaceitavelmente ofensivas pois têm um cunho racista e homofóbico, incompatível com as melhores tradições parlamentares brasileiras". Na quarta-feira seguinte ao programa, Bolsonaro declarou que "está se lixando para esse pessoal", referindo-se a movimentos homossexuais.
Petições pela cassação de Bolsonaro e de repúdio às falas do parlamentar foram realizadas na internet. Uma petição da Avaaz contava com cerca 81 mil assinaturas em 9 de abril de 2011.
No texto divulgado pela Avaaz: “somente no ano passado 250 pessoas foram assassinadas por serem trans ou homossexuais. Mesmo assim não há lei que proteja pessoas GLBT da discriminação. Ainda se pode demitir alguém somente pela pessoa ser gay e a violência homofóbica não é punida como crime de preconceito.”
Queremos juntar casais de todos os tipos. Se você é negro, branco, indio, homossexual, heterossexual, não importa! Se você é contra o preconceito junte-se a nós! Traga seu parceiro e venha beijar em frente a catedral. Fora Bolsonaro!
Material gráfico: Camila Petersen
Material gráfico: Camila Petersen
Orientação do projeto: Rodrigo Garcez
Assista algumas entrevistas com Jair Bolsonaro
Obrigado
Renatha Lino
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